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sábado, 13 de outubro de 2012


A curiosa e triste história do cruzador Tamandaré...

Almirante Tamandaré é um nome marcante, de forte personalidade, que fez parte da nomenclatura de 3 navios de guerra da armada brasileira. E não foi por acaso, pois Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré, é patrono da Marinha do Brasil. Entre seus títulos honorários constam o de Barão, Visconde, Conde e Marquês, além de dezenas de condecorações por sua dedicação em serviço na armada. Almirante Tamandaré nasceu em São Pedro do Sul, na então província do Rio Grande do Sul, em 13/12/1807. Em 04/03/1824 alistou-se na Academia Imperial da Marinha, onde construiu uma sólida carreira militar. Faleceu em 20 de Março de 1897, no Rio de janeiro.

Joaquim Marques Lisboa; o Almirante Tamandaré.

O terceiro navio brasileiro que levava seu nome, o cruzador-ligeiro Tamandaré, foi construído no Estados Unidos da América em 1938 pelo estaleiro Newport Shipbuilding Co., localizado em Newport News, Virgínia. O nome original do navio era Saint Louis. O cruzador esteve atracado em Pearl Harbor, Havaí, durante o famoso ataque da Marinha Imperial Japonesa á Frota do Pacífico que estava ali estacionada em 1941, que culminou com a entrada do EUA na Segunda Guerra. O Tamandaré saiu ileso do ataque, necessitando poucos reparos e logo voltou á flutuar.

Transferido para a Frota do Atlântico após a entrada do EUA na Segunda Guerra Mundial, recebeu um total de 11 Estrelas de Combate durante o conflito. Após o cessar-fogo, foi repassado á armada brasileira em 1951 através da Lei de Assistência Mútua. Foi um dos mais poderosos navios que operaram na Marinha do Brasil.

No Brasil, foi protagonista do Movimento de 11 de Novembro, que teve como personagens Carlos Luz, Carlos Lacerda e o marechal Henrique Lott durante a era Jânio Quadros. Também foi destacado para o litoral nordestino durante a Guerra da Lagosta, escaramuça entre Brasil e França em 1963, mas não chegou ao seu destino por causa de uma pane no sistema de máquinas.

Cruzador-ligeiro Tamandaré. Créditos; Marinha do Brasil.

Depois de 24 anos de serviço ativo, o Tamandaré foi desativado em 1976 e seu casco vendido á uma empresa particular do Panamá, sendo rebocado até Hong Kong para desmantelamento. Foi contratado um rebocador para a missão, o Royal. Durante a viagem, o navio encontrou péssimo tempo próximo ao litoral sul-africano e, apesar de receber reparos de técnicos á bordo após a tempestade, afundou em Capetown, África do Sul, repousando para sempre no fundo do Atlântico.

Este navio deveria ter sido transformado em um navio-museu, visto sua extraordinária história tanto no Brasil como no Estados Unidos. Era uma relíquia da Segunda Guerra Mundial. Agora, só resta apreciar sua história escrita e falada que ainda será contada por muitos anos pelos amantes do mar.




Um comentário:

Luciano FF disse...

Se o Brasil não desejou preservar a memória da Marinha do Brasil ,pelo menos o mar reinvindicou este belo e poderoso navio! Imagino como os marinheiros que serviram no Tamandaré devem ter ficado tristes por ve-lo vendido para desmonte!