A curiosa e triste
história do cruzador Tamandaré...
Almirante Tamandaré é um nome
marcante, de forte personalidade, que fez parte da nomenclatura de 3 navios de
guerra da armada brasileira. E não foi por acaso, pois Joaquim Marques Lisboa,
o Almirante Tamandaré, é patrono da Marinha do Brasil. Entre seus títulos
honorários constam o de Barão, Visconde, Conde e Marquês, além de dezenas de
condecorações por sua dedicação em serviço na armada. Almirante Tamandaré nasceu
em São Pedro do Sul, na então província do Rio Grande do Sul, em 13/12/1807. Em
04/03/1824 alistou-se na Academia Imperial da Marinha, onde construiu uma
sólida carreira militar. Faleceu em 20 de Março de 1897, no Rio de janeiro.
Joaquim Marques Lisboa; o Almirante Tamandaré.
O terceiro navio brasileiro que levava seu
nome, o cruzador-ligeiro Tamandaré,
foi construído no Estados Unidos da América em 1938 pelo estaleiro Newport
Shipbuilding Co., localizado em Newport News, Virgínia. O nome original do
navio era Saint Louis. O cruzador esteve
atracado em Pearl Harbor, Havaí, durante o famoso ataque da Marinha Imperial
Japonesa á Frota do Pacífico que estava ali estacionada em 1941, que culminou
com a entrada do EUA na Segunda Guerra. O Tamandaré
saiu ileso do ataque, necessitando poucos reparos e logo voltou á flutuar.
Transferido para a Frota do Atlântico
após a entrada do EUA na Segunda Guerra Mundial, recebeu um total de 11 Estrelas
de Combate durante o conflito. Após o cessar-fogo, foi repassado á armada
brasileira em 1951 através da Lei de Assistência
Mútua. Foi um dos mais poderosos navios que operaram na Marinha do Brasil.
No Brasil, foi protagonista do Movimento
de 11 de Novembro, que teve como personagens Carlos Luz, Carlos Lacerda e o
marechal Henrique Lott durante a era Jânio Quadros. Também foi destacado para o litoral
nordestino durante a Guerra da Lagosta, escaramuça entre Brasil e França em 1963, mas não chegou ao seu destino por causa de uma
pane no sistema de máquinas.
Cruzador-ligeiro Tamandaré. Créditos; Marinha do Brasil.
Depois de 24 anos de serviço
ativo, o Tamandaré foi desativado em
1976 e seu casco vendido á uma empresa particular do Panamá, sendo rebocado
até Hong Kong para desmantelamento. Foi contratado um rebocador para a missão,
o Royal. Durante a viagem, o navio encontrou péssimo tempo próximo ao litoral
sul-africano e, apesar de receber reparos de técnicos á bordo após a tempestade,
afundou em Capetown, África do Sul, repousando para sempre no fundo do
Atlântico.
Um comentário:
Se o Brasil não desejou preservar a memória da Marinha do Brasil ,pelo menos o mar reinvindicou este belo e poderoso navio! Imagino como os marinheiros que serviram no Tamandaré devem ter ficado tristes por ve-lo vendido para desmonte!
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