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sexta-feira, 14 de junho de 2013

O poder militar dos navios porta-aviões.

O termo "poder" (em latim potere) é definido como agir, mandar, impor. Na Sociologia, existem vários tipos de poder; social, econômico, militar, entre outros. Os fascinantes porta-aviões são exemplos de poder econômico (afinal não é qualquer um que pode possuí-lo ou mantê-lo) e militar. Nos tempos atuais, falar em porta-aviões logo nos traz á tona imagens frescas na memória dos grandes navios aeródromos norte-americanos "recheados" de jatos navais singrando os mares em algum oceano não muito distante. Mas nem sempre foi assim, a história da aviação naval mundial é cheia de altos e baixos, de tentativas frustradas e testes bem sucedidos que antecederam a consagração dos aeródromos como verdadeiros reis dos mares, capazes de levarem á cabo uma operação militar em qualquer parte do mundo, portanto, como num jogo de xadrez, os porta-aviões, junto aos submarinos, são o "Rei" e a"Rainha" dos mares e estrategicamente importantes para qualquer armada (para os entusiastas, deixo claro que os demais navios também são importantes mesmo que em menor grau).

Manobras militares são semelhante ás do xadrez. O porta-aviões é o "Rei".

Foram anos de atividade naval militar sem a percepção do uso de aeródromos, até que alguém teve a brilhante idéia de transportar e lançar uma aeronave a bordo de um navio. Isso não ocorreu da noite para o dia, evidentemente. No final do século XIX (19), o francês Clément Ader publicou uma obra pioneira chamada "Aviação Militar" na qual destacou o futuro emprego dos porta-aviões como conhecemos hoje e mencionou como seriam as operações em pleno mar. O primeiro registro dessa atividade (embora outros já estudassem a hipótese) que se tem conhecimento foi colocado em prática pelo piloto Eugene Ely no longínquo ano de 1910, quando ele decolou com um Curtiss D do USS Birminghan que estava ancorado na Virgínia, EUA, e aterrou em Willoughby Spit tempo depois.


Eugene Ely durante sua proeza; a primeira decolagem de um navio.

Um Curtiss D da versão Puzher Headless.


O USS Birmingham em imagem de época da própria U. S. Navy.

Em 1911, o mesmo piloto aterrou em um navio realmente estacionado, o USS Pennsylvania, após partir da pista de Tanforan rumo ao navio em São Francisco, Califórnia, Estados Unidos. Já em 1912, foi praticada a primeira experiência de decolar de um navio em movimento, realizada pelo comandante Charles Samson a bordo de um Shorts S27 do navio de guerra britânico HMS Hibernia em Weymouth. O primeiro ataque através de um porta-aviões só veio a acontecer em 1918, quando aviões Sopwith Camel deixaram o HMS Furious para atacar de balões Zeppelins e aviões alemães em Tondern.



O famoso avião britânico Sopwith Camel da RAF (Royal Air Force).


Um modelo também britânico do tipo Shorts S27.

O Tratado Naval de Washington (1922) determinou limitações aos navios de guerra após a Primeira Guerra Mundial, isto contribuiu para que muitas marinhas convertessem seus navios, geralmente cruzadores, em porta-aviões, sendo que o primeiro convertido foi o HMS Argus, em Setembro de 1918. O primeiro construído especificamente como porta-aviões, foi o japonês Hosho em 1922 e em seguida o HMS Hermes em 1923 (não confundir com o HMS Hermes que atuou nas Malvinas). No final da década de 30, diversos aviões compunham a frota naval embarcada em aeródromos; bombardeiros, bombardeiros de mergulho, aviões de reconhecimento e caças. As aeronaves eram pequenas devido ao pouco espaço disponível para as operações embarcadas.


Rara foto do porta-aviões japonês Hosho em testes (1923).


O HMS Hermes após ataque aéreo japonês em 1942. O navio naufragou na costa do Ceilão (Sri Lanka).

O maior avanço para o desenvolvimento de porta-aviões certamente veio durante e após a Segunda Guerra Mundial. Atuando como os "cérebros" do devastador ataque japonês idealizado pelo Almirante Isoroku Yamamoto á base naval norte-americana de Pearl Harbor em 1941, os porta-aviões também foram a espinha dorsal da frota dos Estados Unidos no conflito e responsáveis pela virada militar nas batalhas do Pacífico, onde destruíram a grandiosa, moderna e respeitável frota da Marinha Imperial Japonesa. Os japoneses foram inovadores, utilizando 10 porta-aviões durante a Segunda Guerra, era a maior frota de aeródromos, seguida pela dos Estados Unidos (6) e da Grã-Bretanha (3). Além disso, possuíram o maior porta-aviões da época, o Akagi, que foi o navio-líder do ataque em Pearl Harbor, possuindo capacidade para 61 aviões originalmente e 91 após uma posterior reforma. Em 1944, lançaram o Shinano (encouraçado classe Yamato modificado) que foi o maior construído até o lançamento do USS Forrestal.


O poderoso Akagi (em japonês; castelo vermelho) da Marinha Imperial.


Um Mitsubishi Zero decola do Akagi rumo á Pearl Harbor em 1941.


Almirante Isoroku Yamamoto, idealizador do ataque de 1941.

Os comandantes militares logo perceberam a eficiência dos aeródromos em ataques surpresa e em distâncias longas, como no caso do ataque japonês á Pearl Harbor. A frota italiana foi perdida em grande parte após um desses ataques, de surpresa. Bombardeios (considerados impossíveis) pelos EUA á capital japonesa Tóquio foram executados em um ataque inovador novamente através de aeródromos em alto mar, evidenciando o "modismo" que estava por vir. Com o término do conflito, os Estados Unidos, diferentemente da União Soviética, investiu maciçamente na aquisição de maiores e mais modernos navios porta-aviões para fortificar e expandir o seu poderio militar.


Diferente dos EUA, os soviéticos adotaram a doutrina que privilegiava o uso da força de submarinos. 

O primeiro passo foi dado com a construção do super porta-aviões líder de classe USS Forrestal, lançado ao mar em 1955, que tinha capacidade para 90 aviões. Este navio também fez parte de uma página negra na história naval dos Estados Unidos (pouco divulgada pela U. S. Navy) quando, em 1967, na costa do Vietnã, um foguete disparou acidentalmente no seu convés e causou um grave acidente, matando 134 marinheiros e deixando 161 feridos. Na parte material, 21 aviões foram perdidos e 42 danificados. Há quem diga que foi um "castigo" pelas atrocidades cometidas no Vietnã do Norte. Em 1964, o navio foi enviado ao Brasil na operação Brother Sam em apoio ao golpe militar em curso no país. Após a adoção dos super porta-aviões, mais tarde, surgiu o primeiro navio do tipo movido á energia nuclear (autonomia de 20 anos em média), o líder de classe USS Enterprise, lançado em 1961. 



O USS Forrestal em ação em pleno mar.


Esta foto nos dá uma noção da dimensão da tragédia no Forrestal.


O USS Enterprise (CVN-65), primeiro super porta-aviões movido á propulsão nuclear. 

Diplomaticamente, eles também tem só pontos positivos; se um país necessita interver ou se instalar em qualquer parte do mundo, precisa de autorização do país que permite isso, além de estar sob controle das leis locais estrangeiras. Com um navio-aeródromo, esse país precisa somente embarcar suas aeronaves e partir com sua portadora mundo afora, pois as leis internacionais reconhecem essas fortalezas do mar como territórios soberanos em qualquer parte do planeta.


Porta-aviões norte-americano operando longe de casa, certamente no Golfo Pérsico.

No pós-guerra, os britânicos inovaram criando o navio portador de convés curvo, que possibilita a operação simultânea de diversas aeronaves ao mesmo tempo. Atualmente, os mais modernos portadores são movidos por energia nuclear e assim os aeródromos vão se modernizando cada vez mais, além de se tornarem mais autônomos. A U. S. Navy (marinha do EUA) realiza atualmente pesquisas para utilizar impressoras em 3D para "fabricar" suprimentos como munição e até drones nos próprios navios, o que extinguiria a necessidade habitual de retornar aos portos e bases para "recarregamentos".


Ilustração de um porta-aviões com convés curvo.

Já no cenário de batalha, os aeródromos não viram muita ação após a Segunda Guerra, isso se deveu ao fato do maior operador, os Estados Unidos, não terem mais enfrentado uma marinha poderosa e ameaçadora como foi o caso da japonesa, da alemã e, em menor grau, a italiana. Seus navios só viram ação na Guerra do Golfo de 1990 contra o inexpressivo Iraque, onde atuaram como base de caças bombardeiros e interceptadores sem encontrar muita resistência. O mesmo ocorreu nos conflitos mais recentes em que o país esteve envolvido.


Aeronaves da USAF sobrevoam o deserto durante a Guerra do Golfo.

A ação naval mais marcante das últimas décadas envolvendo portadores certamente foi a operação britânica de retomada das Ilhas Falkland/Malvinas, levada á cabo por uma força tarefa em 1982 (ainda na época da Guerra Fria) contra a nossa vizinha Argentina. Neste teatro de guerra, os aeródromos foram de decisivo emprego e extrema importância para a vitória (quase impossível) de sua Majestade perante os compatriotas latino-americanos, sendo que foram utilizados 2 navios porta-aviões; HMS Invincible e HMS Hermes (o HMS Illustrious seria concluído e anexado urgentemente á frota mais tarde).


O HMS Invincible em Portsmouth após retornar das Falkland/Malvinas.


O HMS Hermes na mesma cidade em 1982 após seu retorno do Atlântico Sul.


O HMS Illustrious foi convertido em porta-helicópteros em 2001, um upgrade que custou  40 milhões de libras.

Estes, sem dúvida nenhuma, foram vitais para a supremacia britânica no conflito, destacando o papel da aviação embarcada com seus imponentes Sea Harrier na vitória inglesa. No lado argentino, o aeródromo ARA Veinticinco de Mayo armado com seus A-4 Skyhawk e Super Étendard esteve perto de mudar o rumo da guerra para o lado argentino, isso só não ocorreu por causa de uma série de equívocos e contratempos. Um dos exemplos mais claros foi a impossibilidade do navio aeródromo lançar ao ar jatos de combate da Armada Argentina que lançariam um ataque sobre a força de porta-aviões da Royal Navy devido á sua pouca velocidade (não ultrapassava 20 nós), dado a idade de seu projeto (foi construído em 1942 e lançado ao mar em 1943) e o vento desfavorável no dia da operação, que acabou sendo abortada. Ainda assim, as baixas navais britânicas foram pesadas.


Jatos britânicos Sea Harrier em operação na Guerra das Falkland/Malvinas.
O ARA Veinticinco de Mayo, orgulho da Armada Argentina.


Dois A-4 Skyhawk operando juntos nas Falkland/Malvinas.



Super Étendard argentino sendo reabastecido durante a campanha de 82.

Após este conflito, nenhuma marinha usou portadores em conflitos recentes com exceção dos portadores norte-americanos usados (como disse acima) como plataformas de apoio. Desde sua criação, esses navios passaram por muitas transformações, sendo que vários tipos diferentes foram vistos em serviço como medidas emergenciais, temporárias ou mesmo experiências. Alguns foram bem sucedidos, outros não:



- Porta-hidroaviões; este historicamente caiu em desuso visto a extinção dos hidroaviões como arma de guerra. Exemplos deste tipo foram o britânico HMS Engadine e o francês Commandant Teste.


HMS Engadine britânico, um porta hidro-aviões.


O porta hidro-aviões francês Commandant Teste.

- Porta-aviões transportador ou de escolta; um simples transportador de aeronaves, geralmente não efetuando decolagens e pousos em seu deque. Exemplo clássico foi o USS Barnes (EUA).


O USS Barnes transportando uma grande quantidade de aeronaves.

- Porta-aviões ligeiro; como a própria denominação diz, "ligeiro", significa que ele deve navegar rápido, por isso, requer construção especial e características específicas. Não ultrapassando 25.000 toneladas, estes navios possuem pouco espaço e transportam somente algumas aeronaves, sendo comum o uso de jatos do tipo STOVL (decolagem vertical). Nesta classe se enquadram o USS Independence (EUA), o NAe Minas Gerais (Brasil), o ARA Veinticinco de Mayo (Argentina), o INS Vikrant (Índia), o Príncipe de Astúrias (Espanha), o Giuseppe Garibaldi (Itália) e o HMS Invincible (GB), a maioria deles já retirados de serviço.


O indiano INS Vikrant preservado como museu naval em Mumbai.

- Porta-aviões de função ASW; suas aeronaves, geralmente helicópteros, operam com a função principal,m de caçar submarinos. Alguns preferem utilizar o nome de "porta-helicópteros", caso da classe moderna Hyuga japonesa. Exemplo comum novamente aparece o HMS Invincible (GB) e por algum tempo o nosso NAe Minas Gerais, que operou helicópteros em missões ASW até a chegada dos seminovos aviões de asa fixa A-4 Skyhawk do Kuwait (pouco usados nele).


O NAe Minas Gerais (A-11) flutuando na imensidão azul.

- Porta-aviões de assalto anfíbio; especializado nesta função, embora contenha aeronaves e helicópteros em seu convés. O modelo mais famoso é o USS Tarawa (EUA) que atuou inclusive na Guerra do Golfo em 1990.


O navio de assalto anfíbio USS Tarawa.

- Porta-aviões submarinos; primazia da engenharia naval, este tipo de aeródromo foi criado ainda na Primeira Guerra Mundial e consistia em um submarino lançador de aviões. Durante a Segunda Guerra, o Japão colocou em operação a classe Sen Toku I-400, um poderoso submarino que transportava e lançava até 3 hidro-aviões de ataque (cujas asas eram dobráveis) e partes de um quarto avião para montar. Criado pelo Almirante Isoroku Yamamoto, era o maior submarino construído até então, tendo ultrapassado, de longe, os submarinos norte-americanos em alcance e em tamanho. Os EUA chegaram a projetar alguns deles após o conflito mundial, assim como a China.


Ainda em poder do Japão, o Sen Toku lança ao ar um hidroavião de seu hangar.


O I-400 Sen Toku após a guerra em poder dos norte-americanos.


Pessoal da U. S. Navy inspecionando o "hangar" do submarino japonês.


Aeronave hidro-avião Seiran, construído para operar no Sen Toku.



A Boeing desenvolveu este projeto de um submarino-aeródromo nuclear em 1963.


Projeto chinês; Zheng He. Bastante inovador e mais recente.

Como podemos ver, nem sempre a função dos porta-aviões fica restrita ao tradicional transporte de aeronaves. A criatividade englobou outras tarefas para os gigantes do mar. O submarino-aeródromo é um dos mais fantásticos projetos e curiosa modificação de um porta-aviões tal como foi tradicionalmente concebido e, num futuro próximo, este tipo de projeto deve ganhar vida, como uma alternativa contra a ameaça dos submarinos, cada vez mais crescentes.

Um porta-aviões é, além de um navio transportador, um objeto de dissuasão e poder entre as forças navais, por isso é desejado por muitas marinhas. Para colocar um em atividade, porém, é necessário muito mais que um desejo, em primeiro, avançada engenharia naval, caso seja um projeto inteiramente nacional. Em segundo, muito dinheiro para a construção e posterior manutenção, atualização, enfim substituição da belonave. Neste quesito, o Brasil deixa a desejar quanto á manutenção do NAe São Paulo, que em tantos anos operando no país, poucas vezes viu seus jatos embarcados A-4 Skyhawk em ação.

Atualmente e durante décadas, os Estados Unidos foram os líderes neste segmento, possuindo uma imensa frota de porta-aviões (a maioria super porta-aviões), tendo 12 em serviço nos dias de hoje e mais 2 em construção. Após a crise mundial, não se sabe o futuro que todos estes navios terão pela frente. Alguns poderão ser desativados antes do fim de sua vida útil ou (dificilmente) vendidos para outras nações. Além disso, uma força aeronaval não conta somente com o porta-aviões propriamente dito, que é o elemento principal, mas aviões embarcados, helicópteros, navios de escolta, pessoal, etc... E não é fácil manter toda esta estrutura de guerra continuamente por longos anos.

Como sabemos,  com fim do conflito mundial em 1945, os norte-americanos concluíram que sua doutrina naval seria baseada no uso de porta-aviões, cujo padrão possui catapultas de lançamento, deque com pista curva e espaço para muitas aeronaves. Essa doutrina era bem diferente da doutrina adotada pela União Soviética durante a Guerra Fria, que consistia em usar submarinos como principais vetores navais e, em segundo plano, como apoio tático, alguns porta-aviões sem catapultas e com poderoso armamento antiaéreo para compensar as poucas aeronaves embarcadas, pois tais navios tinham bem menor deslocamento que os rivais ocidentais e necessitavam de proteção própria.


Porta-aviões; a "jóia" da coroa da frota naval dos Estados Unidos.


Submarinos; a "cereja" do bolo da frota naval soviética e da atual Rússia.

Os primeiros a ganharem o mar foram os da classe Kiev projetados em 1967. Foram os primeiros navios a operarem aviões de asa fixa pela marinha soviética, sendo dotados de até 12 jatos navais SVTOL Yakolev Yak-38 (chamados de Forger no codinome da OTAN) e 21 helicópteros Kamov Ka-27, eram considerados um misto de porta-aviões com cruzador, dadas suas características de defesa anti-aérea e também anti-navio como destaquei acima. Como a iniciativa não foi bem avaliada pela cúpula militar da URSS, o país projetou, mais tarde, um novo porta-aviões convencional com maior capacidade para fazer frente aos super porta-aviões da marinha do Estados Unidos, nascendo ali o Admiral Kuznetsov, um aeródromo com maior capacidade de transporte, mas ainda assim, sem catapultas, pois problemas levaram a adoção de uma rampa de lançamento em seu lugar. Originalmente o navio chamou-se Leonid Brezhnev em 1982, depois foi lançado ao mar como Riga, renomeado Tbilisi em 1987 e tem o nome atual desde 1990. Alguns super porta-aviões para a marinha soviética estavam programados para o início da década de 90, mas o colapso da URSS paralisou os planos de construção.

Navio do Projeto 1143 Krechyet, a classe Kiev, com seu visual característico.


Jato soviético Yakolev Yak-38 Forger exibe suas capacidades SVTOL.


Helicóptero russo Kamov Ka-27 (Helix na OTAN) em vôo. 


Aeródromo Admiral Kuznetsov navegando com sua frota de aeronaves dispostas no convés.

Somente um navio desta classe foi completamente construído pela URSS, o próprio Kuznetsov, o outro, chamado de Varyag (antes ainda era denominado Riga), foi vendido ainda incompleto para a China e se tornou o atual Liaoning.



O Varyag sendo levado da Ucrânia para a China. Estava cerca de 70% completo quando foi vendido.


Visíveis modificações feitas na China. Nota-se a rampa semelhante ao Kuznetsov.


O antigo Varyag e atual Liaoning em vasta reforma no estaleiro chinês.


Após remodelado, o "novo" porta-aviões chinês Liaoning, grande conquista da marinha local.

A base da marinha soviética foi por muito tempo a força de submarinos, embora hoje a atual Rússia tenha pretensões de construir porta-aviões, ainda assim menores que os norte-americanos e em menor número. 

Abaixo uma descrição dos modelos da classe Kiev construídos pelos soviéticos:

Kiev 1972-1993.



O Kiev propriamente dito em 1985, líder da classe que marcou época na URSS.

Minsk 1975-1993.



O Minsk enfrentando o mar em imagem de 1983, ainda durante a Guerra Fria.

Novorossiysk 1978-1993.



Novorossiysk em 1986, um navio da classe Kiev, da marinha soviética. Notar o pesado armamento na proa.


Baku/Gorshkov 1982-1995.



O Gorshkov quando ainda operava na frota soviética como Baku.


Após venda e reforma (note a proa reta) chama-se INS Vikramaditya e opera na marinha indiana.


Vale lembrar que os soviéticos mudavam o nome de alguns navios constantemente e o Baku, depois chamado de AdmiraGorshkov, foi vendido á Índia e atualmente denomina-se INS Vikramaditya. O Kiev, o Minsk e o  Novorossiysk consta terem sido vendidos como cassino flutuante para Índia, Coréia do Sul e China (em ordem).



Nos últimos anos, algumas armadas modernizaram ou construíram novos porta-aviões. Entre elas, podemos destacar as atuais operadoras deste tipo de navio:

Brasil


Opera o ex-francês Foch, atual NAe São Paulo. Navio aeródromo adquirido em 2000 junto á marinha francesa, havia sido construído em 1960 e segundo alguns analistas, já foi comprado "sucateado", visto que não possuía sequer armamentos e radares em seu interior (os franceses venderam "desmantelado"). Apesar disso, custou a bagatela de US$ 13 milhões pelo navio e mais alguns milhões gastos em modernização, sendo considerado um valor barato para o mercado militar, mas caro por sua idade avançada. O Foch substituiu o antigo NAe Minas Gerais, desativado em  após décadas de bons serviços prestados principalmente em missões ASW. Nos últimos anos, com a necessidade urgente de reaparelhamento da marinha, surgiram propostas para construir porta-aviões nacionais, mas são iniciativas que ainda estão longe da realidade visto os volumosos cortes frequentemente ocorridos na área de defesa do país.

Antigo NAe brasileiro Minas Gerais, originalmente britânico.

O NAe São Paulo acompanhado de sua esquadra em serviço na marinha brasileira.

China



O gigante asiático adquiriu o antigo Varyag, inacabado porta-aviões soviético. Vendido pela Ucrânia em 2002, é da classe Kuznetsov e estreou na marinha chinesa rebatizado de Liaoning em 2012.

O Liaoning já em alto mar á serviço da fortalecida marinha chinesa.


Este infográfico mostra as mudanças realizadas no porta-aviões chinês.

França


Após se desfazer do antigo FS Foch, a Aeronavale lançou ao mar o moderno aeródromo FS Charles de Gaulle, movido a propulsão nuclear que entrou em serviço em 2001. O país demonstrou pretensão de adquirir mais navios, mas a crise européia dá sinais de que os planos podem não sair do papel.


Foto do Charles de Gaulle divulgada pela marinha nacional francesa.


Interessante vista aérea do navio. Nota-se vários Dassault Rafale estacionados no convés.

Índia


Conta com 2 navios em serviço, o porta-aviões INS Viraat e o INS Vicramaditya (cujo preço disparou até sua entrega oficial), eles são o ex-britânico HMS Hermes e o ex-soviético Gorshkov.


Porta-aviões indiano INS Viraat navegando.


A mais recente aquisição; o INS Vicramaditya (ex-soviético).

Rússia



Grande potência com apenas 1 porta-aviões ativo no momento, a marinha russa aposta todas as suas fichas na eficiência do Admiral Kuznetsov, operado desde 1995. É o maior porta-aviões em operação fora dos Estados Unidos.

Admiral Kuznetsov portando as imensas aeronaves embarcadas Sukhoi Su-33 e alguns helicópteros.

Espanha



Retirou de serviço o Príncipe de Astúrias, comissionado em 1988, que era um aeródromo de pequeno porte projetado para operar aeronaves SVTOL. Em seu lugar opera o Juan Carlos I, na verdade, um porta-helicópteros, mas que tem rampa do tipo sky-jump embutida e pode operar aeronaves além de ter capacidades de desembarque anfíbio. Já projeta a construção de um sucessor, se a crise financeira não mudar os planos espanhóis.

Navegando juntos, da esquerda para a direita; Juan Carlos I e Príncipe de Astúrias.

Tailândia



Para um país de economia modesta e marinha mais modesta ainda, causa surpresa o fato da Tailândia operar um moderno embora pequeno porta-aviões gêmeo do Príncipe espanhol. Comissionado em 1997, o HTMS Chakri Naruebet é o menor navio aeródromo em serviço no mundo hoje, viu pouca ação de fato e, quase não operou aeronaves embarcadas, sendo que sua marinha busca adquirir em segunda mão jatos SVTOL como os BAE Harrier versão Matador espanhóis. Parece estar sendo usado mais para resgate em desastres naturais, como terremotos e tsunamis, além, claro, de transportar a família real tailandesa (foi apelidado localmente de "iate real").


Belonave tailandesa Chakri Naruebet. De fabricação espanhola, é o menor do mundo em serviço.

Itália



Por ter uma marinha sem muita expressão no pós-guerra, a Itália demonstra que não perdeu suas ambições ultramarinas, mantendo na ativa dois navios, o Giuseppe Garibaldi e o Cavour. O primeiro foi comissionado em 1985 e o segundo em 2009. Ambos operam aeronaves SVTOL e têm médias dimensões, o Giuseppe desloca 14.000 toneladas e o Cavour 26.700 toneladas.


Porta-aviões Giuseppe Garibaldi (CVH-551).


Porta-aviões Cavour, mais novo que o companheiro de mar.

Reino Unido ou Grã-Bretanha



Ainda utiliza os históricos navios da classe Invincible, tendo aposentado 2 e mantendo apenas 1 em serviço ativo (HMS Illustrious), mas deve construir pelo menos um navio da novíssima classe Queen Elizabeth até 2020, que será o primeiro grande porta-aviões convencional britânico construído nas últimas quatro décadas. Apesar de mencioná-lo aqui, o Illustrious foi recentemente convertido em um navio do tipo porta-helicópteros, enquanto o Ark Royal foi vendido para sucata em 2001. O segundo navio da classe Queen Elizabeth, que se chamaria Prince of Whales corre o risco de ser descontinuado devido á crise européia que afetou as finanças do país.

O recém convertido HMS Illustrious (aqui antes da conversão), um navio bastante antigo.


O ex-companheiro de mar e guerra HMS Illustrious, que levava o nome de um afundado aeródromo da 2º guerra.

Estados Unidos



Grande usuário de porta-aviões, os Estados Unidos pretendem expandir ainda mais sua frota e ampliar a capacidade de transporte de seus conhecidos e colossais super porta-aviões. É o atual maior operador, possui 12 em serviço e mais 2 em construção. Das classes em serviço, a Enterprise (primeiro super porta-aviões e primeiro navio aeródromo nuclear  da história, lançado em 1960) deverá ser retirada de serviço ainda este ano (2013), já os portadores da classe Nimitz devem seguir na ativa por mais alguns anos, sendo posteriormente substituído pela nova classe Gerald Ford.

Por serem muitos navios, irei colocar aqui somente uma ilustração dos mais novos da classe Gerald Ford e do último da classe Nimitz, o USS George Bush:



A próxima classe de super porta-aviões Gerald Ford.


USS George Bush, lançado em 2010 é o último portador construído da classe Nimitz.


Aqui termina mais um post. Espero que tenham gostado da história dos porta-aviões!